Português: Batalha dos Atoleiros
Em primeiro plano, um soldado com uma besta
Batalha a 4 de abril de 1384.
Azulejos de Victor Pereira (?), 1925 (c.).
Fotografia de 2018.
Pátio dos canhões do Museu Militar de Lisboa, Portugal.
A Besta ou Balestra, a adaptação de um arco de flechas a um suporte de madeira e, inclusivamente, a constituição do arco já em ferro e/ou aço, com a adaptação de um mecanismo para extensão do arco, tornaram esta arma particularmente mortífera. É difícil precisar a origem deste tipo de arma uma vez que vários povos a usaram, acreditando-se que a besta foi criada na China, muito antes da era cristã. Na Idade Média, o uso da besta aumentou substancialmente e, nos exércitos europeus, era comum os besteiros ocuparem uma posição central de modo a atacarem antes do avanço da cavalaria, podendo os peões dispararem virotes e virotões, atingindo e derrubando os cavaleiros, alterando, assim, muitas das estratégias medievais de combate. Esta arma, com alcance até 250 metros, foi progressivamente melhorada, nomeadamente para acelerar a recarga de munições e chegou mesmo a coexistir durante muito tempo com as armas de fogo em cenários de guerra.
Por ser uma arma tão mortífera, houve uma primeira tentativa de proibição do seu uso, logo em 1139, pelo Papa Inocêncio II (Gregorio de Papareschi, 1081-1130-1143) e, mais tarde, pelo Papa Inocêncio III (Lotário di Condi, 1160-1198-1216). Em 1630, inclusivamente, o Papa Urbano VIII (Maffeo Barberini, 1568-1623-1644) proibiu o seu uso entre cristãos, permitindo apenas o recurso à besta na guerra contra os “Infiéis”.